There’s no paywall. I don’t know what the OP is on. But here’s the full text:
‘Chama eterna’ da democracia é apagada por falta de gás em monumento de Brasília
Fogo será aceso após licitação de GLP e vistoria sobre possível vazamento, diz secretaria do DF
5.ago.2024 às 13h00
A “chama eterna” da democracia está apagada desde o início de julho por falta de gás. A pira do Panteão da Pátria, monumento construído em 1986, deveria manter o fogo aceso de forma ininterrupta como símbolo da liberdade e da democracia brasileira.
O Governo do Distrito Federal prepara uma licitação para a compra do GLP (gás liquefeito de petróleo) e prevê o acendimento da chama “em breve”.
Enquanto isso, a equipe responsável por cuidar do monumento aproveita o desligamento para realizar serviços de manutenção.
“A Subsecretaria do Patrimônio Cultural, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF, realizará uma intervenção de manutenção na Pira da Pátria, que permanecerá fechada até que os serviços sejam concluídos”, disse o subsecretário Felipe Ramón Rodríguez.
O gestor afirmou que ainda é realizada uma “investigação de possível vazamento de gás” no local.
O monumento, inaugurado em 1986, foi pensado para representar a liberdade conquistada com a Independência do Brasil e a democracia, com o fim da ditadura militar. A chama contínua seria um símbolo da perenidade dos direitos conquistados.
Essa é a terceira vez que ela é apagada desde a construção do monumento, há 38 anos.
O primeiro incidente ocorreu em 2016. A Defesa Civil do Distrito Federal identificou, na época, um vazamento de gás e mandou apagar o fogo.
O Governo do Distrito Federal demorou dois anos para trocar o tanque de gás, modernizar o acendedor da chama e substituir as pedras no piso. As obras custaram cerca de R$ 150 mil.
O sistema atual tem capacidade de armazenar uma tonelada de gás. O tempo médio de duração do enorme botijão é desconhecido.
A chama foi apagada novamente, por precaução, após os ataques às sedes dos três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. O receio era que, no quebra-quebra de bolsonaristas, algum objeto lançado contra a pira pudesse ter causado problema no acendedor de gás.
Vistorias feitas no local, porém, concluíram que o incidente não havia comprometido o monumento. O fogo foi aceso no mês seguinte, após serviços de manutenção no local.
A chama faz parte de um complexo cultural na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Ela está instalada em anexo ao Panteão da Pátria, monumento criado em homenagem ao ex-presidente eleito Tancredo Neves, morto em 1985 antes de ser empossado.
O livro também sofre com problemas. Ele está desatualizado desde 2018, sem páginas em seu miolo para escrever o nome de quase 30 novos heróis e heroínas que foram sancionados pelos presidentes nos últimos seis anos.
A Secretaria de Cultura do DF também prepara uma licitação para contratar um artesão que consiga incluir novas páginas de aço ao livro sem desconfigurá-lo —o documento histórico é tombado como patrimônio cultural, e alterações significativas precisam ser aprovadas pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O complexo cultural também conta com outro símbolo da capital: o mastro de 105 metros de altura que sustenta a maior bandeira do mundo. A bandeira brasileira possui 286 m² (20 m de comprimento e 14,3 m de altura) e pesa 90 kg. Suas dimensões estão no Guinness Book, o livro dos recordes.
Apesar da suntuosidade, a bandeira tem a visibilidade comprometida à noite. Hoje, só um dos 18 holofotes que iluminam o mastro está funcionando, também por problemas financeiros e de gestão.